quinta-feira, 20 de novembro de 2014

I feel choke, emotionally broke

Perdi alguém; um entre milhões. Por que, meu Deus? Não sei, não sei! Por que, meu Deus? Não sei, não sei! Perdi alguém; um entre milhões. Ele caminha pelas ruas junto das pessoas; todos sem rostos, todos indistinguíveis, todos fugitivos. Fogem de quê? Não sei, não sei! Mas... eu perdi alguém; eu sei, eu sei! Em meus parcos momentos de lucidez, nos parcos momentos de sanidade, respiro profundo (sem ar, sem ar!) com meus pulmões perfurados. Arranho minhas costas, balanço nervoso; rolo no chão, e pisco sem parar. Choro compulsivamente... e fumo cigarros; muitos cigarros! Bebo sem ter fim (a vida é um bar!); histórias cruzadas que não hão de terminar (bem).
Não há esperança? Não se esqueça de acreditar! Se não há esperança, não há razão para nada; se não há esperança, não vale a luta. Dobro o número de cigarros, de doses e doses de bebidas amargas; fujo da realidade. Não me permito viver acordado. Por que, meu Deus? Não sei, não sei! Perdi alguém; um entre milhões. Escapou-me pelos dedos; escorreu-me pelas roupas, evaporou-se pelos ares. Por que, meu Deus? Não sei, não sei!
Como se todo ar fosse expirado de ti, de supetão. Como um tiro, em que o calor, pouco a pouco, se esvai. E tudo se faz silêncio. As últimas palpitações são as mais fortes, as que exalam mais sangue – quente, vermelho... vivo. A lágrima que escorre seca e se perde entre o ar. A faca que corta profundo, e toca nos ossos. Lentamente rasga, de cabo a rabo, até finalizar seu trabalho, permitindo que a agonia tome conta da minha consciência. Em minhas mãos, um cigarro, o último amigo, dizem. Uma taça de vinho e meus olhos que, com o tempo, se tornaram opacos. E o ardor que outrora transpareceu findou-se. Para sempre?, me pergunta Giulia. Não sei, não sei!

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